segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Desistir

Cada vez é mais óbvio para mim que eu e a Arquitectura Paisagista não temos uma relação saudável.
Já vão longe os tempos em que o meu peito inchava de cada vez que eu falava ou ouvia falar de projectos/intervenções/obras relacionadas com espaços verdes.
E cada vez está mais longe a minha crença de que o curso que um dia me lembrei de tirar, seja a minha opção de vida.
O motivo? A minha falta de confiança em mim e nas minhas capacidades. A ideia que eu vou alimentando de que nada do que faço na área é importante. E grandioso. E vistoso. Na verdade, acho mesmo que tudo o que fiz até agora é meramente satisfatório.
Foram talvez anos demais na função pública, onde fui ficando cada vez mais "estúpida" e conformada a tapar buracos. Deixei de me esforçar. Deixei de acreditar que seria capaz de mais.
E hoje, confrontada com a hipótese de participar numa importante obra a nível nacional, dou por mim a "fugir" quando devia ter dado mais e melhor.
Estou chocada comigo mesma. Revoltada. Abatida.
Se é certo que me deram o fim de semana de Natal (!!!!) para pensar em novas ideias para o projecto, coisa que deveria ter apresentado esta manhã (e que do meu ponto de vista não foi mais do que um teste para verem até que ponto eu me empenhava) também é certo que usei esta desculpa para não fazer aquilo que seria suposto.
Em suma, optei pelo caminho mais fácil.
Agora sinto-me uma autêntica nulidade e perfeitamente consciente de que acabei de perder a oportunidade de uma vida.

No entanto tenho a dizer em meu favor que não procuro fama, nem grandes obras nem reconhecimento profissional... Procuro um emprego estável que me permita trazer um ordenado para casa ao fim do mês.

Será pedir demais? Será um desejo assim tão utópico? Será que este emprego nunca vai aparecer na minha área de formação?

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